Saturday, January 06, 2007

Blá blá blá egocêntrico

Pára de falar porra!


Estamos muito centrados em nossos próprios problemas, dilemas, desejos e não damos para a mínima para o que o outro tem a nos dizer. Não enxergamos o Outro como alguém com quem podemos aprender, enriquecer nossas experiências ou simplesmente nos divertir mutuamente. Olhamos apenas para o próprio umbigo

Poucas coisas são mais irritantes do que as pessoas que só falam de si mesmas. Mergulhadas no próprio umbigo, desandam a um palavrório que nada se assemelha a um diálogo, mas sim a um “monólogo com audiência”, se posso assim nomear esse que é um dos sintomas do desgaste das relações e do individualismo exacerbado dos dias atuais. Claro, há muitos que fogem a essa regra – graças a Deus! –, mas é comum depararmos com aqueles que só querem falar, falar, falar, e não trocam, não compartilham experiências. Em outras palavras, não reconhecem o Outro.

Para esses, o interlocutor nada mais é que uma extensão de si mesmo, uma múmia fadada a reverberar suas peripécias “maravilhosas” ou a aplaudir a mediocridade de sua existência. Sinal dos tempos: estamos muito centrados em nossos próprios problemas, dilemas, desejos e não damos para a mínima para o que o outro tem a nos dizer. Não enxergamos o outro como alguém com quem podemos aprender, enriquecer nossas experiências ou simplesmente nos divertir mutuamente. Olhamos apenas para o próprio umbigo.

A coisa acontece mais ou menos assim: o sujeito, ou a distinta – porque a praga acomete ambos os gêneros, embora se constate que o fenômeno ocorra em maior medida entre o sexo feminino –, começa timidamente a proferir umas palavrinhas amáveis, cordiais. Em seguida, solta o carro na ladeira e vâmo que vâmo.

“Porque EU fiz isso e aquilo; porque, de manhã, EU disse pro fulano de tal que etc e tal e depois ME aconteceu isso e aquilo e aquilo outro; sabe, EU gosto de amarelo, vermelho, roxo, azul, abóbora. Não, não, EU NÃO GOSTO DE ABÓBORA, TÁ ENTENDENDO?. Na verdade, EU gosto é de mamão papaia ou então maçã com pão integral. Mas a bem da verdade, não queria te dizer, mas EU gosto de sair à noite com meus amigos, e sabe que na balada de ontem à noite EU fiz e aconteci. Tudo bem que teve uma hora, que para pagar a conta, foi um horror e blá,blá,blá”

E mais blá blá, blá, bla.

Em outros tempos, era mais paciente e tolerava situações como essas. Ficava ouvindo, tentava mudar o rumo da “conversa”, deixava entrar por um ouvido e sair pelo outro, na esperança de que a criatura se tocasse e começasse a dialogar. Mas percebi que isso é besteira: quem age assim normalmente não tem a sensibilidade de perceber os sinais lançados pelo outro.

É por essas e outras que agora acho que só Ctrl + Del Salva.





2 comments:

Anonymous said...

Oi!!
te add no orkut e não pude deixar de entrar noo seu blog...
gostei mto dos seus post, voltarei mais vezes.

realmente, aturar monólogos ninguém merece...
pessoas gostam de falar de dentista e aqueles hiponcondríacos... aiii!!

bom, feliz 2007...
teh +

Clayton Melo said...

Marília, bem que podia haver uma campanha, uma mobliização nacional contra esse tipo de monólogo!(rs)