Saturday, December 16, 2006

A nova moral de Jules e Jim


Capa da revista francesa Cahiers du Cinéma, sobre Jules e Jim, com Jeanne Moreau em grande estilo.

Um dos grandes momentos da história do cinema, Jules e Jim, terceiro longa-metragem de François Truffaut, é o sentido amoroso levado ao limite. É a revelação do amor na linha tênue entre o efêmero e o perene – entre a liberdade e a posse, a euforia e a perda. Jules e Jim nos mostra que não se brinca com a vida e que erguer o amor a partir de uma nova moral tem um preço a pagar– por vezes, alto demais.

“É bonito redescobrir as leis humanas, mas é mais prático seguir as leis antigas. Nós brincamos com a vida. E perdemos”, afirma Jim, em trecho do filme, que conta os descaminhos do triângulo amoroso entre Jim, o amigo Jules e Catherine, interpretada por Jeanne Moreau.

Da esquerda para a direita, Jim (Henri Serre), Catherine (Jeanne Moreau) e Jules (Oskar Werner)

Disse Truffaut a respeito da obra: “Jules e Jim é um sonho: todos nós sofremos diante do aspecto provisório de nossos amores e esse filme nos leva justamente a sonhar com amores definitivos”.

A canção Le Tourbillon de la vie (O turbilhão da vida) ajuda a compreender esse intricado jogo de relações, como observou certa vez o próprio Truffaut. Segundo ele, a música “marca o tom para o filme e é a sua chave”. Em uma das cenas (veja o vídeo abaixo), Catherine canta a música, acompanhada por Albert, um de seus outros amantes, e assistida por Jules.Diz a letra: “Temos de nos conhecer uma vez, e depois uma segunda vez/ perdemos contato uma vez e depois outra vez/ voltamos a nos encontrar e trouxemos calor um ao outro/ depois nos separamos, cada um, sozinho, partindo de novo no turbilhão da vida”.

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