Wednesday, February 28, 2007
O direito de resposta de Brizola no Jornal Nacional
Mais uma pérola vinda do YouTube, essa de caráter histórico. Encontrei no blog Pensar Enlouquece, a partir de dicas de outros internautas, o vídeo da transmissão pelo Jornal Nacional, em 1994, do direito de resposta obtido por Brizola contra a TV Globo. Na época isso gerou um bafafá danado.
É um acontecimento ver o Cid Moreira, tonitruante como convém aos mensageiros bíblicos, ler o texto em que Brizola vocifera contra o império global. O acontecimento em si já é digno de marcar época, mas o que eleva a esse episódio ao panteão dos principais momentos da mídia é o fato de a ingrata missão ter caído no colo justamente daquele que era própria imagem e semelhança da Vênus Platinada.
Vale conferir.
Tuesday, February 27, 2007
Bukowski na rede
Por um desses acasos da internet, encontrei um hot site sobre Charles Bukowski preparado pela Editora Conrad. Criado à época da divulgação do livro Charles Bukowski: vida e loucuras de um Velho Safado, biografia escrita por Howard Sounes, o espaço tem um resumo da vida do escritor, curiosidades, resenhas e uma série de links a respeito do autor.
Foi o que bastou para atiçar em mim novamente a vontade de mergulhar no universo vagabundo, boêmio e tresloucado de Bukowski.
Monday, February 26, 2007
Até que enfim
Tudo bem: Oscar é festa da indústria, é de uma breguice de dar dó, com sorrisos postiços e aquele festival de afetações. Mas esta aí, é fato. E serve como um retrato de parte importante da produção mundial.
Feitos meus resmungos, digo que torcia pela remotíssima vitória de Pequena Miss Sunshine, mas fiquei feliz pela vitória de Os Infiltrados, de Martin Scorsese. Merecido: pungente, o filme se faz no fio da navalha, abordando o limite entre a lealdade (mas que de que lealdade estamos falando e a quem?) e a tentativa de salvar o próprio pescoço; num ritmo alucinante e envolvente, Scorsese deixa o espectador sem fôlego, pronto para o abate.
Embora um bom filme, no entanto, não colocaria Os Infiltrados no mesmo nível de Taxi Driver, Touro Indomável ou Os Bons Companheiros, que não ganharam Oscar de melhor filme. Em todo caso, foi com essa obra que a Academia se rendeu a Scorsese. Já estava mais do que na hora.
Sunday, February 25, 2007
Tédio não é nosso problema
Saturday, February 24, 2007
A Fraternidade é Vermelha
O Telecine Cult exibiu dias atrás A Fraternidade é Vermelha. O filme faz parte da “Trilogia das Cores” ao lado de A igualdade é branca e A liberdade é azul, todos de Krzysztof Kieślowski , cineasta polonês falecido em 1996 que deixou seu nome gravado na lista dos grandes na história do cinema. Foi bom rever esse belo e marcante longa-metragem, que nos toca tanto pela suavidade com que mergulha no complexo – e misterioso – abismo das relações humanas como pela força poética que sustenta sua fotografia –prazer dos olhos, para fazer uso de uma expressão de Truffaut.
Krzysztof Kieślowski
Se for verdade que a sutileza e o bom gosto dão o tom de “A Fraternidade”, também o é a certeza de que o filme nos arremessa no colo uma bomba de efeito moral, destinada a nos questionar a respeito de nossa incompreensão mútua, a indiferença com que nos tratamos, o não reconhecimento do Outro; a incomunicabilidade das relações no estágio mais agudo.
Não por acaso, Kieślowski permeia o filme com símbolos que remetem à comunicação – ou à falta de. A metáfora se apresenta logo nos primeiros minutos de película, quando o telefone da protagonista Valentine (Irene Jacob) toca insistentemente: quem chama é seu namorado, que invariavelmente extravasa, sempre pelo telefone, suas neuras, crises de ciúme, seu medo de “perder” Valentine. E não pára por aí: a simbologia atinge o ponto máximo com o personagem do juiz aposentado cujo deleite secreto é grampear as conversas telefônicas dos vizinhos.
A Fraternidade é Vermelha é a confirmação do cinema não só como arte, mas como filosofia de vida.
E Deus criou Irene Jacob
Agora deixando de lado as questões técnicas ou qualquer devaneio crítico, a verdade é que o maior encanto em A Fraternidade, pelo menos para mim, é a talentosa Irene Jacob. É difícil explicar por que a figura dela me comove tanto. Talvez pelo fato de me intrigar e eu não saber explicar de onde vem seu segredo. Talvez por ser dotada de uma beleza que contrasta com a opulência vulgar do padrão enaltecido pelo senso comum e reverberado pela mídia (as turbinadas, siliconadas, popozudas de academia). Irene é sedutora sem ser fatal, graciosa sem ser afetada. Embora lindíssima, não soa inatingível: ela poderia morar do outro lado da rua.
Embora com estilo próprio e sem ter alcançado o mesmo glamour que as grandes divas do cinema francês, Irene Jacob é descendente de uma escola de atrizes composta por Jeanne Moreau, Catherine Deneuve, Brigitte Bardot, Anna Karina, Fanny Ardant e Julliete Binoche, que também participou da "Trilogia das Cores", como protagonista de A Liberdade é Azul.
Depois de falar tanto em Irene, chegou a hora de vê-la. Selecionei uma cena muito bonita de A Fraternidade. Neste trecho do filme, enquanto desfila ela procura pelo juiz, a essa altura já seu amigo. De resto, a cena é mais um exemplo da mestria de Kieślowski. Ele proporciona ao espectador densidade e emoção em uma cena que se passa em um desfile de moda, ambiente que se caracteriza pela superficialidade, especialmente no que se refere ao contato humano.
Friday, February 23, 2007
Banda que toca dentro do computador
O jornalista Tiago Dória postou em seu blog um videoclipe para lá de interessante. É da banda The Chalets, com a música Feel the Machine. O clipe tem a sacada legal de colocar a banda num ambiente de computador, como se os músicos estivessem enjaulados na tela do micro.
É metalinguagem digital, é a desconstrução de Derrida aplicada ao ciberespaço.
Ao mesmo em que só tem compromisso com a diversão, a banda brinca com a linguagem e a empurra para além das fronteiras com as quais nos acostumados a lidar.
E, não esquecendo o aspecto musical, um comentário: li no blog Orange Lazaru's que o The Chalets parece um B-52s moderno. Pois não é que acho que o distinto blogueiro tem razão?
Veja o clipe.
Sunday, February 18, 2007
Palavras de Dona Benedita 2
Sobre pessoas ruins: "Esse aí Deus criou, o Diabo juntou e o vento soprou".
Saturday, February 17, 2007
Você era Emilinha ou Marlene?
Um achado: Roberto Carlos e Caetano Veloso cantando a belíssima Como dois e dois, de Caetano, em um especial do Rei para a TV, em 1975.
O vídeo é intercalado por um bate-papo em que até as Rainhas do Rádio são relembradas.
O vídeo é intercalado por um bate-papo em que até as Rainhas do Rádio são relembradas.
Thursday, February 15, 2007
Maluz faz releitura do "devo, não nego, pago quando puder"
O Brasil conheceu ontem uma nova versão para o lema dos endividados: "devo, não nego, pago quando puder. E, vejam só, veio de Paulo Salim Maluf, em pomposo discurso ontem na Câmara dos Deputados. Disse o nobilitado político, um dia chamado de "mitômano" por Marta Suplicy:
"Quando paga a dívida, o processo penal é arquivado. Vamos propor um projeto de lei com PENAS SEVERAS PARA INFRATORES (grifo do Ponto de Fuga), como nos Estados Unidos, acompanhado de um Refis definitivo".
Depois de um intróito retumbante, o desfecho apoteótico, bem apropriado ao período da folia carnavalesca:
"Quem deve, reconhece e paga, em prestações compatíveis com o tamanho de sua empresa. E está com a ficha limpa."
E estamos conversados.
"Quando paga a dívida, o processo penal é arquivado. Vamos propor um projeto de lei com PENAS SEVERAS PARA INFRATORES (grifo do Ponto de Fuga), como nos Estados Unidos, acompanhado de um Refis definitivo".
Depois de um intróito retumbante, o desfecho apoteótico, bem apropriado ao período da folia carnavalesca:
"Quem deve, reconhece e paga, em prestações compatíveis com o tamanho de sua empresa. E está com a ficha limpa."
E estamos conversados.
Wednesday, February 14, 2007
Em tempos de mediocridade e vale-tudo no show business, é bom trazer para o centro do palco uma banda como o Midnight Oil. Fundada em 1976 na Austrália, seu rock and roll simples e potente reverberava uma voz política que, quando bem articulada, sempre fez bem ao universo pop. Isso sem falar no fato de que o grupo abordava a questão ambiental muito antes de o tema virar motivo de apreensão mundial - nadavam contra a corrente do mainstream. Ainda me lembro muito bem dos bolachões da banda que comprava na Galeria do Rock, aqui em São Paulo (Diesel and Dust, por exemplo, me remete a um tempo agradável da vida, repleto de descobertas e sonhos de mudar o mundo). O som do grandalhão careca Peter Garrett e companhia me acompanhou durante toda a adolescência. É bom ouvi-los novamente.
Visite o site oficial da banda e também de Peter Garrett
Blue Sky Mine
Visite o site oficial da banda e também de Peter Garrett
Blue Sky Mine
Sunday, February 11, 2007
Pefelê também usa botox
Wednesday, February 07, 2007
Filosofia de pára-choque
Vi outro dia na traseira de uma van, mas bem que que poderia ter sido no pára-choque de um caminhão:
"QUERIA SER POBRE UM DIA, PORQUE TODO DIA É FODA"
"QUERIA SER POBRE UM DIA, PORQUE TODO DIA É FODA"
Monday, February 05, 2007
Erros de gravação de Paulo Francis
Um vídeo com erros de gravação do jornalista Paulo Francis, morto há 10 anos, está disponível no YouTube. É divertidíssimo, vale conferir.
Thursday, February 01, 2007
Cinemateca exibe hoje Passion, de Godard
O destaque desta quinta-feira da Retrospectiva Godard, na Cinemateca Brasileira, é Passion, filme de 1982 que tem no elenco a atriz Isabelle Hupert. A sessão está programada para às 21h.
Veja o que o crítico Inácio Araújo escreveu sobre Passion.
O outro filme do dia é Número Dois (Numéro deux), às 17h20. Este será apresentado na versão original, sem legendas.
Clique aqui para ver o endereço da Cinemateca e a programação completa da programação, que se estende até 11 de fevereiro.
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Mais sobre Godard em Ponto de Fuga
Veja o que o crítico Inácio Araújo escreveu sobre Passion.
O outro filme do dia é Número Dois (Numéro deux), às 17h20. Este será apresentado na versão original, sem legendas.
Clique aqui para ver o endereço da Cinemateca e a programação completa da programação, que se estende até 11 de fevereiro.
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Mais sobre Godard em Ponto de Fuga
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